Pânico

O pânico é uma emoção extrema de medo, marcada por uma sensação súbita e avassaladora de que algo terrível está acontecendo ou prestes a acontecer. É como se o corpo e a mente entrassem em um estado de emergência total, mesmo sem uma ameaça visível. Durante um episódio de pânico, a sensação de perigo é tão intensa que parece impossível controlá-la. Por mais assustador que seja, o pânico é uma resposta humana à percepção de ameaça extrema, e pode ser compreendido, cuidado e transformado.

Função evolutiva ou adaptativa

O pânico tem origem em um mecanismo biológico de sobrevivência: quando o cérebro entende que estamos diante de um perigo iminente, ele aciona uma resposta intensa para nos proteger. Essa resposta era vital em ambientes ancestrais com riscos físicos reais. No entanto, no mundo moderno, o pânico pode ser ativado por situações simbólicas (como medo de morrer, enlouquecer ou perder o controle), levando a uma reação desproporcional. Ainda assim, sua função é clara: sinalizar que algo em nós está em estado máximo de vulnerabilidade e precisa de cuidado urgente.

Como se manifesta no corpo

O pânico se manifesta com sintomas físicos muito intensos: palpitações, falta de ar, tontura, sudorese, tremores, formigamento, sensação de desmaio, aperto no peito, náusea, calafrios ou ondas de calor. Muitas pessoas relatam sensação de “morte iminente”, “perda do controle” ou “desconexão da realidade” (despersonalização ou desrealização). O corpo entra em estado de alarme total, como se precisasse fugir imediatamente, mesmo que não haja uma ameaça concreta.

Gatilhos emocionais comuns

O pânico pode ser desencadeado por situações que despertam medo intenso, trauma não elaborado, sensação de aprisionamento, sobrecarga emocional, ambientes caóticos ou experiências de perda de controle. Também pode surgir de forma aparentemente “sem motivo”, quando na verdade há emoções acumuladas, memórias traumáticas ou conflitos internos sendo ativados em um nível inconsciente. Lugares fechados, multidões, pressão social ou sensação de estar sozinho(a) em um momento difícil são gatilhos frequentes.

Sentimentos que podem aparecer

  • Terror – é a experiência central do pânico, com sensação de ameaça absoluta.

  • Desespero – por não conseguir conter ou controlar o que se está sentindo.

  • Solidão – sensação de estar só diante de algo imenso e incompreensível.

  • Vergonha – especialmente quando o episódio acontece em público.

  • Insegurança crônica – medo de que o pânico volte a qualquer momento.

  • Desamparo – por não conseguir prever ou impedir a crise.

  • Tristeza profunda – quando o pânico se torna recorrente e impacta a vida cotidiana.

Reações comportamentais

Após vivenciar uma crise de pânico, é comum evitar situações que possam “reencenar” a experiência, como sair sozinho, entrar em locais fechados, falar em público ou até trabalhar. Pode haver retraimento social, medo constante de que a crise volte, e busca excessiva por segurança (como ficar sempre perto de alguém de confiança ou ter “rotas de fuga” mapeadas). Em outros casos, a pessoa tenta “funcionar normalmente”, mas com um estado de alerta interno permanente. Por trás dessas reações, há uma tentativa legítima de se proteger.

Reflexões que podem ser feitas

  • O que meu corpo está tentando me mostrar com tanta intensidade?

  • Há algo que venho silenciando ou acumulando emocionalmente?

  • Estou tentando lidar sozinho(a) com algo que talvez precise ser compartilhado?

  • Que situações precederam a crise? Existe algum padrão?

  • De que formas posso acolher meu medo sem me julgar?

Autorregulação emocional

  • Respiração guiada ou em ciclos, como inspirar por 4 segundos, segurar por 4 e expirar por 6, para ajudar a sair do estado de alarme.

  • Exercícios de ancoragem sensorial, como tocar objetos com atenção, sentir texturas, nomear cinco coisas que estão ao redor.

  • Buscar um lugar seguro (interno ou externo), onde seja possível sentar, respirar e lembrar que o pânico passa.

  • Conversar com alguém de confiança durante ou após a crise, para ajudar a reorganizar a experiência.

  • Explorar acompanhamento terapêutico, especialmente se as crises forem recorrentes, com técnicas como EMDR, terapia somática ou abordagem cognitivo-comportamental.

  • Evitar julgamentos internos, reconhecendo que sentir pânico não é sinal de fraqueza, mas de um corpo sobrecarregado pedindo cuidado.

  • Criar um “kit emocional de emergência”, com recursos que ajudam a atravessar a crise: músicas calmas, frases reconfortantes, imagens que tragam segurança.

Cuide bem de você

O pânico não define quem você é, ele fala de algo que está precisando ser escutado com mais profundidade. Com apoio, tempo e acolhimento, é possível transformar esse sofrimento em autoconhecimento e reconstrução do senso de segurança.

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